dietoterapia

A Nutrição tem o poder de aliviar os sintomas de dor e inflamação na endometriose e de potencializar a fertilidade, entenda

A infertilidade feminina é um dos sintomas da endometriose, essa doença que, segundo o Ministério da Saúde, afeta cerca de sete milhões de brasileiras.

As dificuldades para engravidar se devem à reação inflamatória e a alterações na anatomia da pelve, dependendo do grau de comprometimento da doença, mas também estão ligadas a:

Problemas de circulação sanguínea nos órgãos reprodutivos;

Dores intensas, principalmente durante o fluxo menstrual;

Alterações no processo de ovulação;

Alimentação inadequada e altos níveis de estresse;

Entre outros.

Uma pesquisa publicada pela Revista Human Reproduction em 2016, mostrou que houve uma redução de 29% na fertilidade das mulheres que possuíam na corrente sanguínea, a enzima alfa-amilase, relacionada ao estresse.

A alfa-amilase age diretamente na fabricação da progesterona, hormônio que tem grande influência no sucesso da gestação e que quando encontrado em níveis reduzidos, dificulta a implantação do embrião na cavidade uterina. 

A alimentação tem um alto poder anti-inflamatório no organismo e quando se fala no tratamento da endometriose e na infertilidade, não é diferente. 

Na campanha Março Amarelo, o portal Acupuntura Para Engravidar reuniu especialistas de diferentes áreas da saúde para falar sobre a endometriose e, dentre elas, está a Nutrição.

Nutrição como fator essencial para a melhora da qualidade de vida em casos de endometriose

A nutricionista, Melissa Tasso, especialista em fertilidade e saúde reprodutiva, explica que a endometriose é uma doença inflamatória que leva a uma produção aumentada de estrogênio e prostaglandinas.

A prostaglandina é uma substância hormonal, produzida a partir do estímulo de progesterona, um hormônio que é predominante na segunda fase do ciclo reprodutivo feminino, após a ovulação. 

Em excesso, as prostaglandinas levam à inflamação do corpo e durante o período menstrual, provoca grandes contrações do útero, ou seja, dores intensas.

A especialista alerta que o quadro de inflamação no corpo da mulher pode se agravar diante de uma alimentação inflamatória, com alto teor de gordura hidrogenada, contaminação, excesso de farinhas brancas, entre outros.

“Existem alimentos que inflamam as nossas células, e você não é apenas o que come, mas o que come, digere e absorve”, pontua.

Melissa alerta que muitas mulheres se enganam ao pensar que, após se submeter a algum tratamento, como é o caso da intervenção cirúrgica, não precisarão mudar o estilo de vida, sem considerar que maus hábitos podem levar à infertilidade.

Além disso, ela ressalta que, muitas mulheres que sofrem de endometriose, lidam com a infertilidade devido a um estilo de vida inadequado e enfatiza que a alimentação é fundamental para:

  • Neutralizar os radicais livres;
  • Reduzir a inflamação sistêmica;
  • Melhorar a qualidade do óvulo;
  • Aumentar a imunidade;

Entre outros. 

Em algum momento você já deve ter se deparado com a indicação de suplementos anti-inflamatórios ou de “superalimentos” com o poder de “transformar a saúde”.

Melissa conscientiza que não se deve utilizar suplementos sem indicação e conhecimento, tampouco ingerir um alimento isolado, porque é a rotina alimentar que fará a diferença em relação à saúde.

“Em quinze dias de uma alimentação anti-inflamatória, já se percebe a remissão dos sintomas da endometriose e a mulher já começa a se sentir mais disposta, com menos dor”, acrescenta. 

A nutricionista esclarece que não existe uma dieta geral e que é preciso ter cautela sobre o que é dito pelos profissionais na internet, sobretudo, nas redes sociais, porque cada pessoa é única e tem necessidades específicas.

A dieta adequada vai depender do tipo de comprometimento que a mulher tem por conta da doença, como, por exemplo, a área intestinal, que demandará uma abordagem mais voltada à recuperação da microbiota intestinal, por meio de um protocolo nutricional desenvolvido para essa necessidade específica. 

Dietoterapia Chinesa – como os alimentos influenciam na saúde de acordo com a medicina oriental

Existem terapias complementares que podem ajudar a mulher que sofre de endometriose ou que também esteja na tentativa de uma gestação, como é o caso da Dietoterapia Chinesa, que se refere à atuação das propriedades presentes nos alimentos para a preservação da saúde, prevenção e tratamento de doenças.

A acupunturista, especialista no tratamento da (in)fertilidade, endometriose e gestação, Aniele Hayashi, atua com a abordagem da Dietoterapia e explica que, na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), as propriedades presentes nos alimentos têm a função de desbloquear canais de energia no corpo, conhecidos como Qi.

Na Dietoterapia, a natureza do alimento é classificada em: Frieza, Frescor, Morno e Calor, também conhecida como “As Quatro Naturezas”.

Ela explica que se os canais do fígado, baço e rim, que passam pela região da pelve e abdômen inferior, estiverem bloqueados, congestionados ou deficientes, isso manifestará algum problema menstrual. 

“Uma das ervas mais utilizadas na MTC para auxiliar no tratamento da endometriose, é a cúrcuma, que resumidamente auxilia na vascularização do útero e melhora a receptividade do endométrio”, acrescenta.

Dentre os alimentos na dietoterapia que atuam em diferentes canais do corpo, estão:

  • Pimenta do reino, alho e gengibre – que são de natureza quente e melhoram a circulação sanguínea;
  • Salmão – nutre o Yin (que na MTC representa a deficiência, enquanto o Yang representa o excesso), além disso, o alimento auxilia na prevenção da inflamação;
  • Óleo de gergelim – ajuda a movimentar Qi e sangue;

Entre tantos outros.

Multidisciplinaridade como importante aliada no tratamento da endometriose e para reverter a infertilidade

De alguns anos para cá tem se falado cada vez mais no tratamento multidisciplinar, que reúne várias especialidades em prol da saúde.

Um bom exemplo de multidisciplinaridade é a dieta tradicional unida a conhecimentos da medicina oriental, por meio da dietoterapia. 

Melissa alerta sobre o fato de que muitas mulheres fazem consigo o que é conhecido como “terrorismo alimentar”, trocando ou retirando alimentos da dieta sem a prescrição de um nutricionista, o que pode levá-las a uma carência nutricional.

A dieta é montada de acordo com as necessidades e dificuldades enfrentadas pela paciente e, além disso, leva-se em conta a variedade de alimentos de acordo com a região em que se vive.

E junto a isso, é preciso considerar os fatores emocionais relacionados a uma alimentação incorreta.

“Fatores emocionais, dores, assim como o desequilíbrio hormonal, leva a mulher a comer aquilo que está disponível, sem pensar, ou a tomar medicamentos apenas para alívio dos sintomas. Não se pode mascarar sintomas, é preciso procurar ajuda”, conclui a especialista.

Se você estiver fazendo o tratamento para a endometriose e deseja maior qualidade de vida ou se está na tentativa de uma gestação, já pensou no fator nutricional como um dos grandes aliados para que alcance os seus objetivos? Ficamos à disposição para te ajudar.

 

Gostou do conteúdo? Conheça mais sobre o trabalho da Dra. Aniele Hayashi, fisioterapeuta por formação, especializada em fisioterapia uroginecológica, pós-graduada em acupuntura, que já ajudou muitas mulheres com endometriose a terem uma melhor qualidade de vida e a realizarem o sonho da maternidade. Acompanhe o trabalho dela nas redes sociais Facebook e Instagram.

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