cirurgia de endometriose

Quando essa intervenção é necessária e como realizar com segurança? 

A endometriose atinge aproximadamente 15% das brasileiras em idade reprodutiva, sua principal causa é o desenvolvimento do tecido do endométrio (mucosa que reveste o útero) fora do órgão.

A doença se caracteriza por células do endométrio que se fixam fora do útero, por refluxo menstrual associado a fatores genéticos. Podendo causar dores abdominais de forte intensidade, principalmente no período menstrual.

Diariamente, apenas nos hospitais públicos da cidade de São Paulo, segundo dados disponibilizados pela Secretaria de Saúde, a endometriose é a responsável por levar sete mulheres à mesa de cirurgia. 

Neste mês é celebrado o Março Amarelo, campanha de conscientização sobre a endometriose e reunimos alguns especialistas para falar sobre diferentes temas relacionados à doença, dentre eles, a cirurgia de endometriose.

Cirurgia como um dos tratamentos para a endometriose 

A ginecologista, Renata Hayashi, especialista em cirurgia minimamente invasiva, expõe a problemática de que a mulher descobre que sofre de endometriose por duas vias:

  • Devido a cólicas menstruais 
  • Por conta da infertilidade.

Ela explica que o processo de investigação envolve a ecografia, que é o mapeamento de endometriose em que é realizado um exame de ultrassom transvaginal com preparo intestinal ou pela ressonância pélvica, a qual deve ser realizada com preparo intestinal e contraste:

“O bom resultado cirúrgico se baseia em um bom exame de imagem”, explica a médica.

Mas como saber se a cirurgia realmente é indicada? 

Quando o diagnóstico por métodos de imagem não era avançado como hoje, a cirurgia laparoscopia (videolaparoscopia) era utilizada como instrumento de diagnóstico de endometriose (laparoscopia diagnóstica). Hoje, é consenso que não se deve mais fazer cirurgia para diagnóstico porque a cirurgia é para tratamento.

Renata enfatiza que em um caso de cirurgia, o cuidado cirúrgico se baseia em retirar toda a doença sendo o mais conservador na preservação das estruturas neurovasculares e causando o menor dano possível ao útero e ovários.

É importante salientar, que o anticoncepcional não trata a doença, mas pode ser um grande aliado para tratar a dor. Porém, diante do desejo da maternidade, é importante consultar o ginecologista para definir qual o melhor tratamento.

A endometriose é uma doença ginecológica que não tem cura, sendo assim, a cirurgia é um tratamento para melhorar a qualidade de vida, podendo aumentar a possibilidade de fertilidade.

Qual é o momento de realizar a cirurgia de endometriose?

A especialista explica que a principal indicação da cirurgia é a dor e que o ginecologista é o médico que irá coordenar a equipe quanto ao tratamento da endometriose e também tem o papel de esclarecer junto à paciente todas as suas dúvidas. 

Renata explica que um dos principais questionamentos entre as mulheres que não têm o desejo de engravidar é se será necessária a retirada do útero (cirurgia conhecida como histerectomia).

A médica explica que existe a doença adenomiose, que é considerada um tipo de endometriose que acomete a musculatura do útero, atuando de forma inflamatória, geralmente provocando sangramento de grande quantidade e, nestes casos, a discussão em torno da histerectomia é levantada.

Porém, ao definir sobre a cirurgia, é muito importante levar em consideração o fator emocional desta mulher, pois geralmente está vinculado ao quadro de infertilidade.

Renata ressalta que o tratamento da endometriose precisa ser multidisciplinar, envolvendo outras terapias como é o caso, por exemplo, da Psicologia, já que o emocional da mulher é altamente afetado, principalmente nos casos de infertilidade.

Ela alerta que em caso de opção pela cirurgia, após as constatações por meio do diagnóstico de endometriose, é necessário que seja montada uma equipe médica de acordo com o quadro da paciente. 

Se houver o comprometimento de outros órgãos como é o caso da bexiga e intestino, será necessário ter na equipe, cirurgiões experientes de cada área para um procedimento altamente satisfatório.

“A decisão pela cirurgia é algo que deve ser pensado com muita cautela pela paciente junto ao seu médico e se está na tentativa de uma gestação, é essencial que o procedimento seja altamente eficiente, sem que comprometa o útero e a reserva ovariana”, conclui a especialista.

Além da Psicologia, outras terapias são fundamentais para a melhora da qualidade de vida ou se o desejo é engravidar, como é o caso da Nutrição, Acupuntura e até mesmo da Fertilização In Vitro (FIV), no caso de mulheres acima de trinta e cinco anos. 

 

Gostou do conteúdo? Conheça mais sobre o trabalho da Dra. Aniele Hayashi, fisioterapeuta por formação, especializada em fisioterapia uroginecológica, pós-graduada em acupuntura, que já ajudou muitas mulheres com endometriose a terem uma melhor qualidade de vida e a realizarem o sonho da maternidade. Acompanhe o trabalho dela nas redes sociais Facebook e Instagram.

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